Campeonatos do Mundo de Skyrunning 2016
De 22 a 24 de julho decorreram os Campeonatos do Mundo de Skyrunning, nos Pirenéus espanhóis, nos quais a FCMP esteve presente com uma seleção de oito atletas, aos quais se juntaram mais três atletas federados.
Em termos genéricos, os resultados foram excelentes, tendo em conta que não houve nenhum estágio prévio de preparação para esta prova, por isso, os atletas não conheciam o terreno onde se desenrolava cada uma das competições, que o alojamento encontrado não era próximo da Partida/Meta, pois situava-se a 50 minutos por estradas de montanha, e que a maior parte dos atletas ainda fizeram uma longa estirada em viatura de Lisboa aos Pirenéus.
Destacam-se, de qualquer forma, o 4º lugar de Portugal na classificação por equipas, o 8º lugar de Luís Fernandes na competição mais longa e a consistência/resistência de toda a seleção, em que não houve nenhum atleta que desistisse da corrida em que partiu.
Tendo como base a localidade de Barruera, as três disciplinas clássicas que constituíam os Campeonatos do Mundo tinham as seguintes características em questão de quilómetros e desnível positivo acumulado: Km Vertical – 2,8 km e +1030 m; Sky – 42 km e +3200 m; Ultra – 105 km e +8000 m.
No Km Vertical participámos com três atletas. Vítor Jesus (Clube de Montanha do Funchal) foi o nosso melhor representante no sector masculino. Ricardo Gouveia (Clube Aventura da Madeira), o campeão nacional da disciplina, talvez pela ansiedade de querer fazer um ótimo resultado, partiu demasiado rápido, mas ficou sem forças na fase final do percurso, o qual era mais duro pela sua inclinação. Partindo com mais contenção, Vítor Jesus viu ser coroado o seu esforço, conquistando o 23º lugar entre 123 atletas masculinos, enquanto Ricardo Gouveia quedou-se pela 55ª posição. A campeã nacional Cristina Nascimento deu o seu melhor, concluindo a prova no 23º lugar entre as 36 senhoras presentes. Nesta disciplina, estiveram representadas 20 nacionalidades.
Com 28 países participantes, na disciplina de Sky estávamos bem representados por cinco experientes atletas masculinos das corridas de montanha. Apenas 16 minutos separaram todos estes atletas, tendo a melhor classificação sido obtida por Miguel Reis e Silva (Clube de Montanha do Funchal) em 27º lugar, o qual demorou 4 horas e 43 minutos para percorrer a totalidade do percurso. Em 30º lugar quedou-se André Rodrigues (Clube Aventura da Madeira) e na 35ª posição ficou o experiente Leonardo Diogo (Clube Aventura da Madeira) que, por causa de problemas num joelho, desta vez optou pela distância da maratona em vez da ultra. Depois do Km Vertical do dia anterior, Ricardo Gouveia ainda encontrou forças para alcançar um 42º lugar e Nelson Graça (Núcleo de Espeleologia de Leiria) terminou no 44º posto. A nossa melhor e única representante feminina, Lúcia Franco (Associação Desportiva Galomar), apesar de alguns problemas físicos que sentiu na preparação para este mundial, cumpriu dignamente a sua missão de dar pontos à equipa, alcançando um honroso 27º lugar entre as 41 atletas que se classificaram nesta competição.
A disciplina de Ultra contou com três atletas nacionais entre as 21 nações presentes. Entre os homens, o melhor classificado foi o já referido Luís Fernandes (Ludens Clube de Machico), que alcançou um brilhante 8º lugar entre os especialistas mundiais de ultradistâncias técnicas. 13 horas certas foi o tempo que o Luís demorou a percorrer os 105 km do percurso. A classificação de Nuno Silva (Desnível Positivo) ficou aquém das suas próprias expectativas. Porém, perseverou e concluiu a prova na 50ª posição (apenas 125 homens conseguiram concluir a prova!), acompanhando a nossa representante feminina, Ester Alves (Clube de Montanha do Funchal) que alcançou o 13º lugar entre a elite feminina das ultras.
Participando apenas pela segunda vez num mundial de Skyrunning, com estes resultados, Portugal conseguiu 592 pontos no total, ficando a apenas 28 pontos do 3º lugar conquistado pelo Japão. Para a classificação das equipas nacionais, em cada disciplina, contam os três melhores resultados do sector masculino e a primeira atleta feminina de cada país. Faltaram-nos duas pontuações, no Km Vertical e na Ultra, e o último lugar do pódio podia ter sido nosso. Depois da 25ª posição em 2014, entre 47 países presentes nos campeonatos mundiais desse ano, 12º nos campeonatos europeus do ano passado, subimos agora para 4º a nível mundial, sabendo-se que nos campeonatos do mundo de 2016 estavam inscritos atletas de 35 países.
Resta agora trabalhar para melhorar a nossa presença nos próximos Campeonatos do Mundo de Skyrunning. Temos a certeza é que não voltarão a ser tão perto do nosso país, perfilando-se as candidaturas de países como a Rússia ou a China para 2018.