De 1 a 6 de março, a pequena vila de Arinsal, em Andorra, recebeu os Campeonatos do Mundo de Esqui-Montanhismo. Com a situação de pandemia por COVID-19, este evento foi celebrado sob fortes restrições de segurança para a saúde de todos os envolvidos. Contou o evento com a presença de 18 países, mas apenas dois países extraeuropeus estavam representados por atletas… que vivem na Europa.
A Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP) apresentou as cores portuguesas com dois atletas que competiram nas disciplinas de Sprint e Vertical. Dinis Lopes, da Casa do Benfica de Abrantes, e José Ferreira, do Clube de Montanhismo de Braga, foram os atletas que estiveram presentes, acompanhados pelo Técnico da FCMP para a modalidade, bem como por uma futura aposta no esqui de montanha, o jovem Tiago Vieira.
Os dias 1 e 2 de março serviram como jornadas de treino para todas as seleções que chegaram antes da cerimónia inaugural dos campeonatos. Com todas as estações de esqui encerradas em Andorra, apenas os envolvidos neste mundial podiam usufruir da neve da zona de Arinsal.
No dia 2 foi feita a apresentação oficial dos vários países participantes, com uma cerimónia modesta, sem público, e apenas um atleta a representar cada país. Depois dos discursos oficiais, foi também realizado um minuto de silêncio pelo recente falecimento do Presidente da Federação anfitriã, Jaume Esteve.
O dia 3 estava destinado à prova de Sprint, na qual participou José Ferreira (Sénior), tendo ficado pelas Qualificações, no 38º lugar, com o tempo de 7m04s. Esta competição apresenta várias fases eliminatórias, passando os 30 melhores aos Quartos de Final. O Suíço Iwan Arnold levou a melhor sobre a concorrência na Final, realizando o percurso em 3m14s. Esta disciplina é tão rápida que uma pequena falha é suficiente para se ficar mal colocado. Que o diga o francês Thibault Anselmet que, na Final, ao tentar ultrapassar Iwan Arnold, caiu e acabou por fazer pior tempo que o 35º classificado, ficando, ainda assim, no 6º e último lugar da ronda final.
O dia 4 foi mais um dia de treinos, mas que serviu também para assistir à disciplina de Estafetas, vertente em que Portugal não participou por falta de elementos suficientes para formar uma equipa. A equipa feminina francesa e a equipa masculina de Itália foram as vencedoras. Apenas quem estava ligado ao Mundial e tinha testado negativamente aos testes COVID pôde estar presente. Acrescente-se que a “bolha” do Mundial exigia que todos os atletas e treinadores tinham de realizar um teste à COVID no dia anterior a cada competição em que estivessem envolvidos.
No dia 5 de março, Portugal voltou a comparecer, desta feita na prova de Vertical. Dinis Lopes participou na competição destinada aos Sub-20 masculinos e José Ferreira nos Seniores masculinos, para enfrentarem o mesmo percurso que apresentava um desnível de 720 metros entre o local de saída, situado a 1580 m, e a meta localizada a 2300 m de altitude. Quanto a José Ferreira, em seniores masculinos, terminou a prova na 45ª posição, ao efetuar o percurso em 44m05s. Menos 57 segundos que o tempo efetuado em 2014, nos Campeonatos da Europa. Dinis Lopes teve um problema físico que o fez desistir da prova e inclusive o levou ao Hospital Central de Andorra. Nada de realmente grave foi detetado, saindo das urgências pouco tempo depois. Os primeiros lugares da geral nesta disciplina couberam respetivamente, em masculinos e femininos, ao suíço Rémi Bonnet e à francesa Axelle Gachet-Mollaret.
Por compromissos profissionais de um dos atletas, a Seleção regressou antes da realização da última disciplina do Mundial.
Na prova Individual, que foi encurtada pelas más condições atmosféricas, triunfaram o italiano Matteo Eydallin e a francesa Axelle Gachet-Mollaret.
Texto e fotos: João Paulo Queirós