Teresa Coimbra – A escalar para o Futuro
Teresa Coimbra é, aos 17 anos, uma das maiores esperanças da escalada nacional. Vencedora da Taça de Portugal de Dificuldade, Teresa destaca-se, acima de tudo, pela invulgar maturidade. Competitiva, mas não só.
Interessada numa carreira futura relacionada com “qualquer coisa a ver com engenharia genética”, Teresa cresceu entre os Estado Unidos e Portugal, num “ping-pong” transatlântico motivado por questões familiares. Grande adepta de Desporto, foi em Portugal, por intermédio do amigo e treinador António Joaquim Ramos (conhecido no mundo da escalada apenas por Tó Quim), no Colégio Marista de Carcavelos, que conheceu aquela que viria a ser a sua modalidade de eleição.
“Aos 13 anos, depois de experimentar vários desportos, cruzei-me com o Tó Quim, que me desafiou a experimentar a escalada. Fiquei viciada. É uma atividade que nos faz usar todo o corpo, com força e coordenação, e que nos faz esquecer tudo o resto”, explica Teresa Coimbra.
Por sua vez, Tó Quim faz uma análise objetiva, mas elogiosa da sua pupila: “Ela começou muito pequena, com 13 anos, idade em que a literacia do Desporto está a começar. Tudo o que é técnica e desenvolvimento motor e adaptação morfológica à modalidade são muito mais fáceis. E é uma miúda que teve todo esse processo, nunca deixou de escalar mesmo quando esteve nos EUA. Tem, como é normal, algumas arestas para limar, mas tem tudo para ser uma atleta de eleição com vasto futuro.”
O triunfo, ainda que algo precoce, na Taça de Portugal é um bom indicador desse “vasto futuro” de que fala Tó Quim, mas Teresa tem os pés bem assentes no chão, demonstração reiterada da tal maturidade que a distingue. Mesmo quando chamada para a Seleção Nacional orientada por Frederico Silva e Pedro Alves, a tónica é de humildade:
“Foi um bocado surpresa. Vim dos EUA o ano passado, a meio do ano letivo, e não estava a conseguir conciliar tudo. Acabei por escalar muito como forma de escape e, no meio disto, a Federação contactou-me para integrar a Seleção. Foi uma surpresa, sim, mas muito agradável!”
Surpresa atrás de surpresa que a fazem pensar em um dia, representar Portugal nos Jogos Olímpicos?...
“Os Jogos Olímpicos são um sonho, mas não deixam de ser um ‘plano B’. Já me lesionei com gravidade num tornozelo e sei que tudo pode desaparecer num momento. Mas se a Seleção continuar a trabalhar bem, e se conseguir continuar a fazer parte dos planos do Selecionador...quem sabe?”