Nuno Silva, da bola até outras alturas
Nuno Silva, 35 anos, é o campeão nacional de Ultra Skymarathon, título conquistado na conceituada Zela Ultra Skymarathon.
Um corredor de longas distâncias que começou a correr com a bola nos pés, tendo alinhado em várias equipas de futebol da região de Pombal até aos 21 anos. “Entrei na Faculdade [é Engenheiro de Produção] e ainda joguei um ano, mas a equipa onde alinhava, o Desportivo da Almagreira interrompeu a atividade nos seniores e não estive para voltar a mudar de clube”, confessa o atleta da Parjovem – Associação Desportiva de Paredes.
Mas Nuno não conseguia estar parado e procurou a corrida como a forma mais simples de manter a forma, conta: “Mantive a atividade por uma questão de manutenção física, sentia essa necessidade. Por ocasião de uma meia-maratona em Pombal, fui desafiado por alguns amigos e competi, tal como o fiz noutras provas mais pequenas, começando lentamente a fazer a transição para provas de montanha. Mas eram corridas em estradões, nada técnico.”
Em 2010, começou a fazer provas com mais alguma distância e participou no seu primeiro trail, o de Conimbriga. Depois, fez provas de montanha em Fátima, Barcelos, Freita e deixou em definitivo de correr no alcatrão.
Daí para o skyrunning, as coisas evoluíram naturalmente, como o auge desse desejo de fazer provas de montanha mais exigentes e técnicas. A primeira foi na Madeira em 2015, e nunca mais parou, tendo mesmo representado a Seleção Nacional.
E foi ao serviço da Seleção, na MAGA Sky Marathon, em Itália, que Nuno teve a sua experiência mais especial: “O Europeu de Seleções marcou-me muito pela atmosfera, pela envolvência da própria vila que servia de base para a prova, a organização, excelente, e os pormenores técnicos da corrida. E representar o país e vestir esta camisola é sempre muito gratificante.”
Mas o futuro e as metas para 2020 passam, essencialmente, por um regresso ao palco internacional, assume: “Gostaria muito de competir para o ano no circuito internacional e, se possível, fazer tão bom ou melhor que em 2016.”
Mas além dos resultados e dos títulos, é estar na montanha que o atrai mais, adianta: “Sim, é estar só com os meus pensamentos e conhecer paisagens e pessoas novas. É uma desculpa para fazer turismo (risos). Um turismo pago com muito suor...”